"Este fim de semana vou a costa!"
"Ah, a serio - risos do outro lado do telefone - eu tambem, e vou levar a minha prancha! Entao vemo-nos por la!:)"
.........................................................................
Ja ha muito que o Korneel, rapaz belga que ferquenta algumas cadeiras com os estudantes Erasmus, nos tinha convidado para um fim de semana na casa, agora vazia, da avo dele. Fomos uns quantos, sem muitos planos.
Nao foi daqueles fins de semana tipicos. Casa grande, jovens, drinks and stuff. Nada disso. Foi um fim de semana calminho, mas nem por isso gostei menos. Na verdade, adorei, e nem consigo explicar bem porque. Acho que cada vez me sinto mais gente de ca, deve ser isso.
Na primeira noite, depois de devidamente instalados, jogamos cartas ate nao podermos mais com tanta batota. Foi comico. Bebiamos cha e cafe. Enquanto um distribuia as cartas os outros ja as trocavam. "Preciso de um oito, alguem me de um oito!". Eramos 10. Apagamos as luzes, começamos com estorias de terror e acabamos em opinioes religiosas. Perto das 5h dispersamos. Tinha dormido pouco porque o Steven fez o favor de me acordar bem cedinho nessa manha. Eu e a Rita ficamos na sala. Perto das 6h os unicos dois rapazes da casa desceram para petiscar. "I can't sleep, there's too much noise upstairs" foi o suficiente para em segundos estarem deitados ao pe dos nossos tapete-estreito-colchao-camas. Ficamos para ali a conversar sobre pessoas e relacoes. E impresionante como encontramos pessoas nascidas a muitos kms de distancia, que tem uma perspectiva da vida igual a nossa. O Rober, siriano em Gent ha cerca de 15 anos, é a prova viva disso mesmo. Personagem comica que proporcionou bons momentos a todos, e relaxantes massagens a alguns. :)
No sabado alugamos carros a pedais para 6 pessoas. Dois carros, uma corrida. A velocidade desenfreada fez com que a Anna-da-trança-ate-ao-rabo saltasse do carro e fosse arrastada uns quantos metros, presa entre o carro e o asfalto. Para mal dos nossos pecados era ela quem ia a dirigir, que é como quem diz, a controlar a direcçao. Soltamos uns quantos berros porque sabiamos que iamos chocar contra a parte traseira duma caravana estacionada. Nao conseguimos travar. Tivemos direito a policia e tudo e foi necessario prestar declaracoes sobre o acidente. Foi comico mas apanhamos um susto. A Anna ficou com o joelho magoado, e nos ficamos com este episodio para contar.
Vagueamos pela costa.
Conversas, tabaco e vento.
Toda a costa me parece semelhante. Grandes empreendimentos mesmo ao pe do paredao - como lhe chamariam no Brasil - e passeio largo para turistas disfrutarem do som produzido pelas ondas.
A Rita e o Luis, que se juntou a nos no sabado, ja tinham saudades do mar...
No sabado a noite, fomos dar um passeio a praia. Nao vos consigo descrever o frio que senti. O vento nao ajudava. Levava consigo miloes de milhares de graos de areia. Imagem bonita esta. Ja tinhamos falado em dar um mergulho no mar. Eu queria, mas o frio pedia-me que tivesse juizo. Tinha inclusivamente desafiado o Korneel, que parecia ser o unico a alinhar. Vamos, nao vamos, vamos, nao vamos. Vamos. Vamos quando estivermos mais perto de casa disse-me ele... Comecei aos pulinhos interiores, estava cheia de pica queria ir naquele instante. Disse-lhe. Ok. Vamos ja! Despimo-nos num minuto e corremos em direcçao ao mar. O Luis so dizia que eramos corajosos - este Luis e uma personagem que merece ser mencionado futuramente ! - e que gostava de ir connosco. Em segundos estavamos mergulhados numa agua mais que fria, gelada. No primeiro mergulho senti-me a congelar, senti dificuldade em respirar. Ao mesmo tempo, senti-me livre, limpa e serena. Vontade de viver. Voltei a mergulhar ja o Korneel estava a voltar para a Costa. Nada podia ser mais frio do que aquela agua, de maneira que quando sai nao tinha frio absolutamente nenhum. Olhava para eles, entrouxados entre cachecois e casacos e nao tinha frio. Tinha uma especie de capa invisivel e nem o vento me importunava. Foi uma sensacao brutal que vou querer repetir. Limpeza da alma!
Estava mesmo feliz por ter ido, partilhei com o Korneel. Chamou-me "Compadre", disse que gostava da palavra. Compadre. Tenho de lhe dizer que e Comadre.
Domingo passeamos por Oostende. Porto com passagem para Londres. Igreja muito bonita. Entramos numa roda gigante. A estrutura nao parecia tao grande como na realidade era. Começamos a subir a uma velocidade que nos fez soltar uns ah's. Fomos miudos por uns minutos.
De volta a casa partilhava com a Rita que estava cansada, nao me apetecia sair, mas queria companhia. Esta semana estou de ferias, e o pessoal ca do predio tambem, o que significa que nao esta ca ninguem - pensava eu.
Chego a casa e encontro a Rebeca - personagem russa mesmo maxima a descrever brevemente - fez-nos um cafe forte. Minutos depois a Jill apareceu do seu quarto - nao sabia que ia ca estar ate 2a, fiquei contente. Falamos da nossa viagem a Eslovenia que sempre se vai concretizar! Outros tantos minutos volvidos e o Steven presentiou-nos com a sua presenca. Soltei um "O que é que estas aqui a fazer?!" de tal modo feliz que despertei ciumes na russa que agora diz ser minha mae. :P "A mim nao me dizes tu isso, eu, que faco tudo por ti!" Consigo trouxe o seu orgao ! ... que nos entreteu a noite toda ...
Agora tenho onde praticar e desenvolver esta minha mais recente paixao, o piano. E ate ja tenho 2 professores, a Hélène, namorada do Yves que mora comigo, estudou 9 anos musica, alta croma, e o "Compadre", que num dos passeios pela praia prometeu ensinar-me algumas coisas.
Amelie Poulain cada vez mais presente por estas bandas ... =)
Oiço risos na cozinha ... vou juntar o meu ao deles ...
Até ja.
"Ah, a serio - risos do outro lado do telefone - eu tambem, e vou levar a minha prancha! Entao vemo-nos por la!:)"
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Ja ha muito que o Korneel, rapaz belga que ferquenta algumas cadeiras com os estudantes Erasmus, nos tinha convidado para um fim de semana na casa, agora vazia, da avo dele. Fomos uns quantos, sem muitos planos.
Nao foi daqueles fins de semana tipicos. Casa grande, jovens, drinks and stuff. Nada disso. Foi um fim de semana calminho, mas nem por isso gostei menos. Na verdade, adorei, e nem consigo explicar bem porque. Acho que cada vez me sinto mais gente de ca, deve ser isso.
Na primeira noite, depois de devidamente instalados, jogamos cartas ate nao podermos mais com tanta batota. Foi comico. Bebiamos cha e cafe. Enquanto um distribuia as cartas os outros ja as trocavam. "Preciso de um oito, alguem me de um oito!". Eramos 10. Apagamos as luzes, começamos com estorias de terror e acabamos em opinioes religiosas. Perto das 5h dispersamos. Tinha dormido pouco porque o Steven fez o favor de me acordar bem cedinho nessa manha. Eu e a Rita ficamos na sala. Perto das 6h os unicos dois rapazes da casa desceram para petiscar. "I can't sleep, there's too much noise upstairs" foi o suficiente para em segundos estarem deitados ao pe dos nossos tapete-estreito-colchao-camas. Ficamos para ali a conversar sobre pessoas e relacoes. E impresionante como encontramos pessoas nascidas a muitos kms de distancia, que tem uma perspectiva da vida igual a nossa. O Rober, siriano em Gent ha cerca de 15 anos, é a prova viva disso mesmo. Personagem comica que proporcionou bons momentos a todos, e relaxantes massagens a alguns. :)
No sabado alugamos carros a pedais para 6 pessoas. Dois carros, uma corrida. A velocidade desenfreada fez com que a Anna-da-trança-ate-ao-rabo saltasse do carro e fosse arrastada uns quantos metros, presa entre o carro e o asfalto. Para mal dos nossos pecados era ela quem ia a dirigir, que é como quem diz, a controlar a direcçao. Soltamos uns quantos berros porque sabiamos que iamos chocar contra a parte traseira duma caravana estacionada. Nao conseguimos travar. Tivemos direito a policia e tudo e foi necessario prestar declaracoes sobre o acidente. Foi comico mas apanhamos um susto. A Anna ficou com o joelho magoado, e nos ficamos com este episodio para contar.
Vagueamos pela costa.
Conversas, tabaco e vento.
Toda a costa me parece semelhante. Grandes empreendimentos mesmo ao pe do paredao - como lhe chamariam no Brasil - e passeio largo para turistas disfrutarem do som produzido pelas ondas.
A Rita e o Luis, que se juntou a nos no sabado, ja tinham saudades do mar...
No sabado a noite, fomos dar um passeio a praia. Nao vos consigo descrever o frio que senti. O vento nao ajudava. Levava consigo miloes de milhares de graos de areia. Imagem bonita esta. Ja tinhamos falado em dar um mergulho no mar. Eu queria, mas o frio pedia-me que tivesse juizo. Tinha inclusivamente desafiado o Korneel, que parecia ser o unico a alinhar. Vamos, nao vamos, vamos, nao vamos. Vamos. Vamos quando estivermos mais perto de casa disse-me ele... Comecei aos pulinhos interiores, estava cheia de pica queria ir naquele instante. Disse-lhe. Ok. Vamos ja! Despimo-nos num minuto e corremos em direcçao ao mar. O Luis so dizia que eramos corajosos - este Luis e uma personagem que merece ser mencionado futuramente ! - e que gostava de ir connosco. Em segundos estavamos mergulhados numa agua mais que fria, gelada. No primeiro mergulho senti-me a congelar, senti dificuldade em respirar. Ao mesmo tempo, senti-me livre, limpa e serena. Vontade de viver. Voltei a mergulhar ja o Korneel estava a voltar para a Costa. Nada podia ser mais frio do que aquela agua, de maneira que quando sai nao tinha frio absolutamente nenhum. Olhava para eles, entrouxados entre cachecois e casacos e nao tinha frio. Tinha uma especie de capa invisivel e nem o vento me importunava. Foi uma sensacao brutal que vou querer repetir. Limpeza da alma!
Estava mesmo feliz por ter ido, partilhei com o Korneel. Chamou-me "Compadre", disse que gostava da palavra. Compadre. Tenho de lhe dizer que e Comadre.
Domingo passeamos por Oostende. Porto com passagem para Londres. Igreja muito bonita. Entramos numa roda gigante. A estrutura nao parecia tao grande como na realidade era. Começamos a subir a uma velocidade que nos fez soltar uns ah's. Fomos miudos por uns minutos.
De volta a casa partilhava com a Rita que estava cansada, nao me apetecia sair, mas queria companhia. Esta semana estou de ferias, e o pessoal ca do predio tambem, o que significa que nao esta ca ninguem - pensava eu.
Chego a casa e encontro a Rebeca - personagem russa mesmo maxima a descrever brevemente - fez-nos um cafe forte. Minutos depois a Jill apareceu do seu quarto - nao sabia que ia ca estar ate 2a, fiquei contente. Falamos da nossa viagem a Eslovenia que sempre se vai concretizar! Outros tantos minutos volvidos e o Steven presentiou-nos com a sua presenca. Soltei um "O que é que estas aqui a fazer?!" de tal modo feliz que despertei ciumes na russa que agora diz ser minha mae. :P "A mim nao me dizes tu isso, eu, que faco tudo por ti!" Consigo trouxe o seu orgao ! ... que nos entreteu a noite toda ...
Agora tenho onde praticar e desenvolver esta minha mais recente paixao, o piano. E ate ja tenho 2 professores, a Hélène, namorada do Yves que mora comigo, estudou 9 anos musica, alta croma, e o "Compadre", que num dos passeios pela praia prometeu ensinar-me algumas coisas.
Amelie Poulain cada vez mais presente por estas bandas ... =)
Oiço risos na cozinha ... vou juntar o meu ao deles ...
Até ja.
2 comments:
Oi!!!
Vê-lá se quando voltares já sabes tocar qualquer coisinha no piano, eu tenho uma músicas muito giras para tocarmos a 4 mãos!!!
Beijinhos Máximos!! Até já!!!
Margaridazinha (afilhada) =)
baaaaahhhhhhhh....dar mergulhos na água!!!bah...isso é para meninos!!!!sabes o que é de homem?rebolar pelas ruas de Lisboa!!!isso sim.....mas como é que este ano vou rebolar?!diz- me....no outro dia é que reparei: fiquei sem as minhas companheiras de rebolar; e fiquei sem as minhas companheiras de palhaçadas as 4h da manhã no Campo Grande(zakaraynaié,kamazota, Sakura)e agora com quem vou falar qd a o João, o Tiago e a Frederica estiverem a falar de carros?!
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